A sensação é de estar em NYC ou Melbourne. A atmosfera é industrial, como se ela estivesse localizada em uma das ruas secundárias de Vancouver. Uma portinha que você certamente passaria batido, se não fosse a indicação daquela sua amiga descolada. Não há placa indicativa ou um letreiro colorido. O que você encontra são apenas algumas mesas descombinadas na calçada, uma galera animada dentro do restaurante cuidando da preparação, e uma fila formando-se do lado de fora mesmo antes do expediente.
Às 18:30 não potuais, como o costume carioca, a pizzaria abre as portas. Se você chegou cedo, pode optar por sentar no balcão ou nas mesinhas de fora e, na maioria das vezes, a primeira opção é a escolhida.
Por sorte ou acaso do destino, cheguei pouco depois das 18h, não sabia onde era nem o horário de funcionamento. Estava nas redondezas e resolvi conferir a tal da famosa pizzaria estilo nova-iorquino que havia aberto no Catete. Sentei no balcão, na cara do gol. Pude me deliciar com a agilidade da equipe que parecia dançar enquanto preparavam cada pizza com muita destreza.
Depois de observar sua pizza ganhando forma em uma agitada linha de produção, seu disco fino vai ao ecoforno, movido a serragem prensada, a mais de 400°C e ganha bordas crocantes.
O espetáculo começa mesmo quando o mestre Sei entra em cena. Na primeira meia hora ele estava apenas ambientando o som, observando a equipe e conversando com um cliente ou outro. A medida que os minutos passam e os pedidos aumentam, ele se torna essencial ali na bancada e a produção das pizzas é elevada a outro nível com sua agilidade de samurai.
Sei, o japonês-nova-iorquino que encabeça a Ferro e Farinha, mudou-se para o Brasil para morar com sua esposa. Em seguida ele se lançou nas ruas cariocas vendendo pizza em pontos estratégicos da Zona Sul do Rio de Janeiro dentro de um furgão improvisado. No final de 2014, sua pizza ganhou ponto fixo no Catete e para 2016 está em andamento um novo empreendimento para Botafogo. Aguardo ansiosa.
Agora vamos ao que interessa: as pizzas de sabores nada convencionais. Não consegui me decidir qual foi a minha preferida, se foi a Picnic Apimentado (ricota, fior de latte, grana padano, gorgonzola e mel picante) ou a de nome japonês que por razões óbvias não sei pronunciar (shitake, missô, gochujang, feijão fermentado, rabanete).
As pizzas variam de acordo com os produtos da estação, então pode ser que você vá e encontre outros sabores no cardápio. E não pense que você vai poder sair pedindo para mudar um ingrediente ou outro. As pizzas são como são, uma escolha do chef e cabe a você aceitá-las como são. Acredite, vale a pena se lançar no desconhecido.
Outra peculiaridade é que você não recebe garfo e faca. Comer com as mãos é parte da experiência e lamber os dedos depois está permitido. Se não estiver, que seja, eu o fiz.
Para beber, peça o chá de hibisco com laranja. Há também água aromatizada, mate da casa, cerveja artesanal e duas opções de vinho. Se você preferir levar seu vinho, a rolha custa R$ 12,50.
Informações úteis
Endereço: Rua Andrade Pertence 42D – Catete
Horário de funcionamento: quarta-feira a domingo de 18:30h a 23:30h
Preço médio: R$50 – R$70 em média por pessoa (pizza + bebidas)
Aceita cartões Visa e Master.